sábado, 28 de novembro de 2009

Reciclagem no Brasil, um Novo Sinônimo de Pobreza


Escrito por Da Redação

Tribuna da Imprensa


A reutilização de materiais no Brasil está muito mais associada ao valor de mercado e aos altos níveis de pobreza e desemprego do que à educação e à conscientização ambiental.
Um país onde apenas 2% do lixo produzido são coletados de forma seletiva, curiosamente é também recordista mundial em reciclagem de latas de alumínio.
No ano passado, esta matéria-prima reaproveitada chegou a 89% do total consumido pelas indústrias, segundo pesquisa sobre Desenvolvimento Sustentável, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem..
Para o coordenador de Indicadores Ambientais do IBGE, Judicael Clevelário, o desempenho contrastante entre os dois indicadores, intimamente relacionados, é sinal de que a reutilização de materiais no Brasil está muito mais associada ao valor de mercado e aos altos níveis de pobreza e desemprego do que à educação e à conscientização ambiental.
Para que a atividade se desenvolva de forma sustentável, disse, é preciso aumentar a coleta seletiva.
"Entre 1993 e o ano passado, a proporção de latas de alumínio recolhidas subiu de 50% para 89% e isso tende a aumentar.
Mas precisamos tomar cuidado com esse dado, pois ele indica, na verdade, uma estrutura social perversa, que faz com que muita gente tenha de sobreviver catando lata no lixo", avalia.

PET

Também usadas pela indústria de refrigerantes, as embalagens de resina PET (polietileno tereftalato) têm valor, no mercado do reaproveitamento, cerca de seis vezes menor do que a sucata de alumínio e apresentam uma proporção de reciclagem bem inferior: 35% do total produzido, segundo dados de 2002.
A pesquisa mostra que houve aumento de reutilização dos cinco tipos de material incluídos na análise do IBGE - latas de alumínio, de aço, embalagens PET, papel e vidro. A proporção de papel reciclado, por exemplo, passou de 38,8%, em 1993, para 43 9%, em 2002.
A relatório destaca que a reciclagem reduz o uso de materiais e de energia, promove o emprego e a renda e "subsidia estratégias de conscientização da população para o tema ambiental e a promoção do uso eficiente dos recursos".
Há uma estimativa de que uso de material reciclado exige gasto de apenas 5% da energia necessária para produzir a mesma quantidade de alumínio pelo processo primário.

Coleta

Das 228 mil 413 toneladas de lixo coletadas diariamente no Brasil, segundo dados de 2000, apenas pouco mais de 4 mil, ou seja, 1,9% do total, passam por uma seleção antes de chegar ao destino final.
O serviço existe em apenas 8,2% dos municípios brasileiros e está concentrado nas regiões Sul e Sudeste.
São Paulo, com 82 municípios que dispõem do serviço, é, proporcionalmente, o quinto Estado do País no ranking de coleta seletiva.
O Rio Grande do Sul lidera, com 138, ou seja, 29,6% do total de municípios.
Já a Paraíba tem só um município que faz coleta seletiva, fazendo com que apenas 0,1% do lixo coletado passe por um processo de seleção.

Postagem: Anaires da Silva Santos
Grupo 4

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Biocombustíveis x Alimentos – O lado positivo

O segundo passo para uma resposta a este questionamento é o da compreensão da relação entre a formação de preço dos alimentos ao consumidor e a produção de biocombustíveis, do ponto de vista da realidade brasileira e mundial.

1. Os biocombustíveis têm alguma coisa a ver com os alimentos que compramos?

Enquanto no Brasil o álcool é feito a partir de apenas dois terços da área de cana-de-açúcar plantada, nos EUA o bioetanol é feito basicamente de milho, apesar do balanço energético muito menor desta cultura na produção de biocombustíveis em relação à cana (1:1,4 do milho; 1:8,5 da cana).

No caso do biodiesel, apesar de estarmos produzindo basicamente a partir da soja, temos feito investimentos em pesquisas de culturas que em nada, ou em muito pouco, se relacionam com a alimentação humana como a mamona, macaúba, palma (dendê), algodão (caroço), Pinhão manso dentre outras.

2. Aumento da demanda

Pela esta mesma lei do capitalismo, os preços podem subir tanto para um mercado quanto para o outro. Se houver mais demanda de um lado, haverá uma elevação no preço do outro, até o equilíbrio do mercado.

3. Diminuição na produção de alimentos

Esta euforia inicial dos agricultores brasileiros de substituição de culturas tradicionais pelas utilizadas na produção de biodiesel e etanol, é muito natural. O resultado imediato é a elevação dos preços dos alimentos, mas, a longo prazo, a tendência natural do mercado é o equilíbrio destes preços em patamares bem mais realísticos que os deste inicio.

4. Aumento indireto de preços dos alimentos

A tendência da tecnologia de produção de bicombustíveis é o de utilização dos subprodutos resultantes do processo para a alimentação animal, fertilizantes químicos e geração de energia. Ou seja, mesmo indiretamente aumentando o preço destes alimentos, ainda indiretamente, ele também tende a diminuir o seu preço inclusive pela implementação de alguns novos subprodutos.

5. Exclusão social

No Brasil esta realidade esta sendo combatida pela implementação de uma política de incentivo ao pequeno agricultor que poderia resolver parte do problema.

6. Aumento do efeito estufa

No Brasil, o uso de derivados de combustíveis fosseis vem sendo substituído por etanol, muitas vezes mais limpo, segundo o mesmo estudo, a produção brasileira do etanol de cana foi considerada menos poluente do que o petróleo, gerando de 50 a 90% a menos dos gases do efeito estufa que seriam emitidos pela gasolina. Isso tudo sem levar em conta os benefícios do uso dos subprodutos dos biocombustíveis (o bagaço da cana, por exemplo) para produzir o próprio biocombustível e gerar energia eletrica.

7. Desmatamento de florestas

O crescimento no percentual de desmatamento da Amazônia, que há cinco anos seguia tendência de diminuição, nada tem a ver com o aumento da área plantada de cana-de-açúcar. A área de cana-de-açucar brasileira tem crescido principalmente sobre terras degradadas, antes ocupadas pela bovinicultura.

Devemos ressaltar, ainda que as áreas ocupadas com gado, hoje, no Brasil perfazem um total de próximo de 220 milhões de hectares com um rebanho de aproximadamente 200 milhões de cabeças, dando uma ocupação (densidade) de 0,9 cabeças/ha de media nacional, o que é muito baixa. Porém, em São Paulo, já ultrapassa 1,2 cabeça/ha. Se esta media nacional passar para 1,4 cabeça/ha, por exemplo, haveria uma liberação de mais de 40 milhões de ha de pastagens, ou seja, 8 vezes a área atual ocupada com cana para álcool.

8. Insuficiência de recursos hídricos

Atualmente a quantidade de água utilizada em todo o mundo na produção de alimentos é da ordem de 7 mil metros cúbicos, de acordo com o Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI). A estimativa é que, até o ano 2050, este consumo praticamente dobre. Nas palavras de Jan Lundqvist, diretor do conselhor da SIWI, "as projeções indicam que a água necessária para produzir biocombustíveis crescerá na mesma proporção que a demanda de água por alimentos, o que representaria a necessidade de 20 a 30 milhões de quilômetros cúbicos em 2050. E isto não é possível".

9. Alternativas mais eficientes

Um estudo britânico publicado na revista Science demonstrou que as florestas podem absorver de duas a nove vezes mais carbono, em um período de 30 anos, do que as emissões evitadas pelo uso de biocombustíveis.

É importante salientar que parte dessas críticas são também um alerta para que parte do processo de produção do biocombustível, por exemplo, possa ser melhorado para evitar os desastres.

Algumas das possíveis melhoras são:
• A escolha de matérias-primas mais produtivas e que exijam menos fertilizantes e menos energia na colheita;
• O uso de terras já desmatadas e não cultivadas para o plantio;
• A diminuição do combustível fóssil no processo de produção e transporte;
• A utilização de pequenos agricultores para a produção de matéria-prima

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

RECICLAGEM DE VIDROS

O mercado para reciclagem
O Brasil produz em média 890 mil toneladas de embalagens de vidro por ano, usando cerca de 45% de matéria-prima reciclada na forma de cacos. Parte deles foi gerado como refugo nas fábricas e parte retornou por meio da coleta.

Os Estados Unidos produziram 10,3 milhões de toneladas em 2000 sendo o segundo material em massa mais reciclado, perdendo apenas para os jornais.

O principal mercado para recipientes de vidros usados é formado pelas vidrarias, que compram o material de sucateiros na forma de cacos ou recebem diretamente de suas campanhas de reciclagem. Além de voltar à produção de embalagens, a sucata pode ser aplicada na composição de asfalto e pavimentação de estradas, construção de sistemas de drenagem contra enchentes, produção de espuma e fibra de vidro, bijuterias e tintas reflexivas.



Quanto é reciclado?
46% das embalagens de vidro são recicladas no Brasil, somando 390 mil ton/ano. Desse total, 40% é oriundo da indústria de envaze, 40% do mercado difuso, 10% do "canal frio" (bares, restaurantes, hotéis etc) e 10 % do refugo da indústria.

Nos EUA, o índice de reciclagem gira em torno de 40%, correspondendo a 2,5 milhões de toneladas. Na Alemanha, o índice de reciclagem em 2001 foi de 87%, correspondendo a 2,6 milhões de toneladas.Índices de reciclagem em outros países: Suíça (92%), Noruega (88%), Finlândia (91%), Bélgica (88%).


Conhecendo o material
As embalagens de vidro são usadas para bebidas, produtos alimentícios, medicamentos, perfumes, cosméticos e outros artigos. Garrafas, potes e frascos superam a metade da produção de vidro do Brasil. Usando em sua formulação areia, calcário, barrilha e feldspato, o vidro é durável, inerte e tem alta taxa de reaproveitamento nas residências.

A metade dos recipientes de vidro fabricados no País é retornável. Além disso, o material é de fácil reciclagem: pode voltar à produção de novas embalagens, substituindo totalmente o produto virgem sem perda de qualidade. A inclusão de caco de vidro no processo normal de fabricação de vidro reduz o gasto com energia e água.

Para cada 10% de caco de vidro na mistura economiza-se 4% da energia necessária para a fusão nos fornos industriais e a redução de 9,5% no consumo de água.



Qual o peso desses resíduos no lixo?
No Brasil, todos os produtos feitos com vidros correspondem em média a 3% dos resíduos urbanos.
E somente as embalagens de vidro correspondem a 1%. Em São Paulo o peso do vidro corresponde a 1,5 % do total do lixo urbano.



Contaminação
Em princípio, os cacos encaminhados para reciclagem não podem conter pedaços de cristais, espelhos, lâmpadas e vidro plano usado nos automóveis e na construção civil. Por terem composição química diferente, esses tipos de vidro causam trincas e defeitos nas embalagens. No entanto, algumas indústrias de vidro já incorporam percentuais de vidro plano na produção.

Os cacos não devem estar misturados com terra, pedras, cerâmicas e louças :
contaminantes que quando fundidos junto com o vidro, geram microparticulas que deixam a embalagem com menor resistencia. Plástico em excesso pode gerar bolhas e alterar a cor da embalagem. Igual problema se verifica quando há contaminação por metais, como as tampas de cerveja e refrigerante: além de bolhas e manchas, que danifica o forno.





Rígidas Especificações do MaterialO vidro deve ser preferencialmente separado por cor para evitar alterações de padrão visual do produto final e agregar valor. Frascos de remédios só podem ser reciclados se coletados separadamente e estiverem descontaminados.

Compostagem
O vidro não é biodegradável e precisa ser separado por processos manuais.

Incineração
O material não é combustível e se funde a 1.500 graus, transformando-se em cinzas. Seu efeito abrasivo pode causar problemas aos fornos e equipamentos de transporte.

Aterro
As embalagens de vidro não são biodegradáveis.


FONTE; http://www.fazfacil.com.br/materiais/vidro_reciclagem.html

POSTADO POR RUI BATISTA - ruyebatista@globo.com

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Biocombustíveis x Alimentos – O lado negativo

Até onde se pode mesmo produzir biocombustíveis sem afetar a produção de alimentos?

O mundo irá mesmo deixar de produzir alimentos para produzir combustível?

A questão é bastante delicada e oportuna no cenário atual de aumento do preço dos alimentos.

O primeiro passo para uma resposta a este questionamento é o da compreensão da relação entre a formação de preço dos alimentos ao consumidor e a produção de biocombustíveis. Vejamos a questão sobre o ponto vista negativo.

1. Os biocombustíveis têm alguma coisa a ver com os alimentos que compramos?

Mais do que poderíamos desejar. No caso do álcool combustível brasileiro, a matéria-prima mais usada para a sua produção é a cana-de-açúcar, a mesma usada na produção de açúcar e seus derivados. O biodiesel utiliza soja, palma (dendê), girassol e amendoim, dentre outras.

2. Aumento da demanda

É verdade que a humanidade está dividindo, hoje, parte de seu alimento com um grande concorrente que é a indústria de biocombustíveis. Pela lei fundamental do capitalismo, o da oferta e procura, como a demanda por produtos que são usados tanto em biocombustíveis como em alimentos em crescimento, os preços, destes, tendem a subir.

3. Diminuição na produção de alimentos

Os agricultores brasileiros, contagiados pela crescente demanda dos biocombustíveis por matéria-prima, têm substituído suas culturas tradicionais pelas utilizadas na produção de biodiesel e etanol. O resultado imediato é a elevação dos preços dos alimentos.

4. Aumento indireto de preços dos alimentos

Boa parte da alimentação dos bovinos, suínos e aves é composta por insumos utilizados na produção de biocombustíveis. Ou seja, poderia ficar mais caro alimentar estes animais. E este aumento nos custo geralmente é repassado aos consumidores - carnes e laticínios podem ficar mais caros.

5. Alguns indicativos do mercado

Ao longo de 2006, o preço internacional do milho (matéria-prima não só da tortilla, mas do etanol nos EUA) subiu 55%. A soja, cuja produção foi reduzida nos EUA para abrir espaço para o milho, teve alta de 13%, segundo o International Food Policy Research Institute (IFPRI).

Na economia brasileira, de 2006 a 2007, alguns alimentos apresentaram elevação dos preços acima do esperado, de acordo com estatísticas da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O açúcar refinado, por exemplo, ficou 15,74% mais caro no varejo no período. No período do Pró-álcool, a primeira tentativa de usar etanol nos veículos brasileiros ocorrida nos anos 80, houve muita especulação e os usineiros, às vezes, vendiam para os produtores do etanol e, às vezes, para os produtores de açúcar.

Os especialistas já não ignoram mais a existência de uma correlação entre preços de alimentos e aumento da demanda de biocombustíveis. A constatação veio por meio do informe Perspectivas Agrícolas 2007-2016, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em setembro de 2007.

De acordo com o relatório, a demanda por biocombustíveis em nível mundial vai duplicar em 10 anos. Do lado da oferta, estima-se que até 2016 a União Européia (UE) irá produzir 21 milhões de toneladas de biocombustíveis, ante aos atuais 10 milhões; os EUA irão dobrar sua produção e o Brasil, por sua vez, irá saltar de 21 para 44 bilhões de litros produzidos anualmente. A China, ainda segundo a OCDE, irá expandir sua produção de etanol em cerca de 3,8 bilhões de litros por ano.

6. Exclusão social

O modelo de produção de biocombustíveis, baseado em grandes propriedades e na geração de sub-empregos, é considerado socialmente excludente.

7. Aumento do efeito estufa

Como o modelo de produção de biocombustiveis usados atualmente ainda se baseiam na utilização dos combustíveis fosseis para o transporte e, no caso americano, até para a produção de etanol, levaram alguns estudos científicos, publicados em outubro de 2007, a apontarem que, se o processo produtivo for considerado na somatória de emissão de gases do efeito estufa, os biocombustíveis chegam a ser 70% mais nocivos do que combustíveis fósseis.

8. Desmatamento de florestas

O aumento da área plantada de cana-de-açúcar poderá pressionar a atual área agropecuária brasileira no sentido da Amazônia e, conseqüentemente, ao desmatamento da floresta.

Um ano após o anúncio do aumento da demanda mundial de biocombustíveis, em 2006, estatísticas apontaram um crescimento no percentual de desmatamento da Amazônia, que há cinco anos seguia tendência de diminuição.

9. Insuficiência de recursos hídricos

Atualmente a quantidade de água utilizada em todo o mundo na produção de alimentos é da ordem de 7 mil metros cúbicos, de acordo com o . A estimativa é que, até o ano 2050, este consumo praticamente dobre. Nas palavras de Jan Lundqvist, diretor do conselhor da SIWI, "as projeções indicam que a água necessária para produzir biocombustíveis crescerá na mesma proporção que a demanda de água por alimentos, o que representaria a necessidade de 20 a 30 milhões de quilômetros cúbicos em 2050. E isto não é possível".

Fonte: How Stuff Works

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Brasil e a nanotecnologia:rumo a quarta revolução industrial

O mundo encontra-se no limiar de uma nova revolução industrial, ou melhor, ele já está, de fato, mergulhado nela: trata-se, obviamente, da transformação radical dos processos e produtos de nossa atual civilização industrial por meio da aplicação do infinitamente pequeno às mais diferentes utilidades da vida diária. Essa revolução é bem mais importante, e mais desafiadora, do que aquelas que presidiram ao domínio do homem sobre as forças da natureza nas três revoluções anteriores ou etapas precedentes de progressos materiais e tecnológicos desta nossa civilização industrial.
Com efeito, a primeira revolução industrial, iniciada na Grã-Bretanha há pouco mais de dois séculos, assistiu à transformação da energia em força mecânica, sob a forma de caldeiras e máquinas a vapor, o que redundou, entre outros avanços materiais, no impulso dado às indústrias manufatureiras (com destaque para o setor têxtil) e aos transportes aquaviários e ferroviários. Ao mesmo tempo, começou a funcionar o primeiro instrumento verdadeiramente universal de comunicação quase instantânea, o telégrafo (ainda funcionando à base de fios e de cabos submarinos), que representou uma espécie de internet da era vitoriana. Já na segunda revolução industrial, um século após, o destaque ficou com a eletricidade e a química, resultando em novos tipos de motores (elétricos e à explosão), em novos materiais e processos inéditos de fabricação, paralelamente ao surgimento das grandes empresas (algumas vezes organizadas em cartéis), do telégrafo sem fio e, logo mais adiante, do rádio, difundindo instantaneamente a informação pelos ares. A terceira revolução industrial, nossa contemporânea por sua vez, mobilizou circuitos eletrônicos e, logo em seguida, os circuitos integrados, os famosos microchips, que transformaram irremediavelmente as formas de comunicação e de informação, com a explosão da internet e do comércio eletrônico e voltada crescentemente para o lazer.
A quarta revolução industrial, na qual estamos ingressando neste momento histórico, mobiliza, fundamentalmente, as ciências da vida, sob a forma da biotecnologia, bem como uma gama multidisciplinar de ciências exatas e cognitivas que responde pelo nome de nanociência. Esta, por sua vez, se confunde praticamente com suas materializações práticas, sob a forma da nanotecnologia. Desde várias décadas, senão há mais de um século, os cientistas tentam domar o infinitamente pequeno, plenamente conscientes de que é ao nível das moléculas, das partículas e dos átomos que se joga parte importante do jogo da vida e da própria composição e funcionamento do infinitamente grande, isto é, do universo. Essa busca resultou em enormes avanços científicos e materiais para a humanidade, assim como no deslanchar de forças que chegaram a ameaçar a própria sobrevivência da civilização sobre o planeta, tanto sob a forma do holocausto nuclear como na perspectiva de uma guerra biológica ou química.
Agora, quando os novos equilíbrios estratégicos e a diminuição das tensões permitida pela relativa convergência de valores e de sistemas econômico-sociais atribuem um sentido positivo às pesquisas científicas nas áreas da energia atômica, dos novos materiais, dos elementos químicos e da biologia, as possibilidades abertas pela inovação tecnológica e pela cooperação internacional nessas áreas de fronteira do conhecimento humano abrem um potencial imenso de realizações, para a humanidade em geral, e também para o Brasil.
O Brasil logrou, com efeito, construir um sistema de ciência e tecnologia que se caracteriza pela quase excelência, do ponto de vista dos padrões conhecidos nos países em desenvolvimento, inclusive não ficando a dever, em certas áreas de pesquisa, quase nada aos países desenvolvidos. O desempenho do Brasil é menos satisfatório no que se refere à transposição das descobertas, inovações e resultados do saber científico para o campo da pesquisa aplicada e no terreno prático de suas derivações tecnológicas e industriais mais imediatas. Ambas as insuficiências resultam de uma deficiente cultura patentária e de um preconceito ainda latente na academia felizmente cada vez mais residual contra aplicações instrumentais ou “utilitárias” da pesquisa científica. Ainda assim, pode-se dizer que os resultados já alcançados nessa área, inclusive a partir da “marcha forçada” em direção dos últimos gargalos nos ramos intermediários e de insumos, bem como os investimentos estatais em alguns setores de ponta, oportunamente revertidos ao setor privado, permitem classificar o Brasil como uma economia industrializada e plenamente inserida na terceira revolução industrial.
Mas, esse “acabamento” relativamente satisfatório do processo industrializador no Brasil pode doravante estar sendo ameaçado, justamente, pelos novos processos, métodos e materiais inéditos que estão emergindo como resultado da revolução da nanociência e da nanotecnologia aplicadas ao complexo e diversificado setor industrial ou manufatureiro. De fato, a nanociência permite, impulsiona e praticamente obriga à geração de conhecimentos avançados, que se revelam convergentes em vários setores da arte e do engenho humanos, em biotecnologia, nos novos materiais, na instrumentação técnica, assim como nas próprias formas de organização social da produção e do trabalho humano. A nanotecnologia, por sua vez, leva, quase que naturalmente, ao surgimento de novos ramos industriais e de novos mercados que, ao configurarem um novo padrão, superior, de produção fabril e manufatureira, não tardarão a se impor, doravante, como a mais nova fronteira da civilização industrial, um paradigma incontornável de concepção, desenho e fabricação de novos produtos e insumos que modificarão, de forma substancial e irremediavelmente, as características da sociedade atual.
As tendências que já apontam para uma situação de ruptura tecnológica e de mudança profunda na configuração de procedimentos industriais afetarão a produtividade relativa das indústrias, o jogo das vantagens comparativas entre os países, bem como a própria composição do comércio internacional, condenando os países que não se alinharem aos novos padrões a perdas gradativas de competitividade ou até mesmo à esclerose precoce de parques industriais inteiros. Não há nenhum exagero na afirmação precedente: o lado científico e, a fortiori, o lado prático da nanotecnologia chegaram para alterar definitivamente velhos padrões industriais e correntes tradicionais de comércio internacional. Uma coisa precisa ficar clara, desde já: os países que não se decidirem por incorporar, por adotar ou que, simplesmente, não se adaptarem ao novo paradigma correm o sério risco de serem alijados dessa nova face da civilização industrial emergente.
Trata-se, portanto, de uma questão de sobrevivência e de preservação dos níveis de bem-estar. Não se deve estranhar, assim, que os níveis de investimentos financeiros nessa área, tanto em países desenvolvidos (como EUA, Alemanha e França), como em países em desenvolvimento (com destaque para a China, Índia e Coréia), sejam, desde já, significativos e crescentes. As perspectivas, de certa forma, são comensuráveis com as altas expectativas de mercado para produtos da nanotecnologia: cerca de 1 trilhão de dólares nos próximos 10 a 15 anos, com a possibilidade, segundo estimativas, de que o Brasil ocupe talvez 1% deste faturamento.
Essa personagem central da nova revolução industrial de nosso tempo, que é a nanotecnologia, apresenta a potencialidade de acoplar e introduzir novas sinergias ao esforço brasileiro de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico. Existem, claramente, oportunidades abertas ao Brasil, enquanto economia que possui uma competência identificada (ainda que não de forma inteiramente sistemática) numa área que vai modificar de forma irremediável o padrão de desenvolvimento industrial e tecnológico no futuro próximo. Vale mencionar, neste particular, a existência de um grupo de trabalho criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em 2003, ao qual foi atribuída a responsabilidade da elaboração de Plano Trienal de Nanociência e Nanotecnologia, e de uma comissão responsável pela Organização da Oficina de Nanociência e Tecnologia, na Unicamp, também em 2003 (os relatórios podem ser conferidos nos seguintes links: http://www.mct.gov.br/Temas/Nano/prog_nanotec.pdf e http://www.prp.rei.unicamp.br/nano/resumos.pdf). O Brasil possui pequeno (mas ativo) número de universidades ocupadas nessa nova área de conhecimento. Duas universidades brasileiras, a USP e a Unicamp, respondem por cerca da metade da produção científica publicada em nanotecnologia, seguidas em quase igualdade de condições pela Universidade Federal de São Carlos, pela UFMG e pela UnB.
A gama de atividades classificadas como nanotecnologia cobre áreas de pesquisa tradicionais como a química e a física, chegando às atividades que envolvem ciências dos materiais, biotecnologia, etc., o que demonstra o caráter altamente abrangente da nanociência e da nanotecnologia (N&N). De fato, uma das particularidades da N&N é que ela requer competências científicas com os mais variados horizontes. A N&N sendo uma área altamente interdisciplinar não permite que se tenha uma idéia exata dos aspectos relacionados a cada uma das disciplinas implicadas. Como todas as áreas, ela está baseada em noções fundamentais conhecidas dos cientistas e engenheiros. Aliás, a separação entre nanociência e nanotecnologia não tem nenhum significado na prática: é exatamente por esta razão que na maioria do tempo o termo nanotecnologia acaba por recobrir nanociência.
Todos os países inovadores estabeleceram e apóiam ativamente programas de nanotecnologia, com orçamentos crescentes e do mesmo nível que a biotecnologia, tecnologias da informação e meio ambiente. Os programas de nanotecnologia analisados estão vinculados às estratégias nacionais de desenvolvimento econômico e de competitividade e todos têm alvos econômicos definidos. Todos os setores industriais estão desenvolvendo produtos nanotecnológicos, embora algumas empresas optem por não identificá-los como tal, por razões, provavelmente, de imagem pública, ou talvez para diminuir resistências do tipo das que se manifestaram em relação a produtos da biotecnologia.
O crescimento previsto pelos especialistas para os mercados de produtos nanotecnológicos é muito superior ao crescimento de outros mercados dinâmicos, como o de computadores e telefones celulares. Estima-se que as aplicações de nanotecnologia e as que estarão atingindo os mercados nos próximos anos são evolucionárias, mais do que revolucionárias, estando concentradas nas áreas de determinação de propriedades de materiais, produção química, manufatura de precisão e computação. Não existe, no momento, nenhuma possibilidade razoavelmente definida para o uso de nanomáquinas capazes de fabricar materiais montando-os átomo por átomo. Apesar delas ocuparem espaço na imaginação de escritores, elas não estão nas cogitações de estrategistas das empresas inovadoras a não ser nas formas de síntese química/bioquímica e auto-organização. No entanto, é muito provável o aparecimento – praticamente inevitável - de aplicações revolucionárias da nanotecnologia, a médio e longo prazo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PROGRAMA DESPERDICIO ZERO / BAHIA

Resíduos Recicláveis
A coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais potencialmente recicláveis como: papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos. Para que os resultados sejam satisfatórios a coleta seletiva deve estar baseada em um tripé:
• tecnologia: desde a coleta, separação, armazenamento até reciclagem;
• mercado: para absorção total dos materiais recuperados;
• conscientização: motivar o envolvimento da população no processo.
Cada vez mais os municípios encontram dificuldades para dar um destino adequado aos resíduos gerados pelas residências, comércio e indústrias. Campanhas para a não geração, redução, reutilização, coleta seletiva e a reciclagem, saem do "modismo verde" e passam a ser encaradas como necessidade.
Os recursos naturais deixam de ser vistos apenas como algo que deve estar à nossa plena disposição. Para resguardar a segurança dos seres humanos, animais e plantas, do nosso e único planeta, devemos com urgência, mudar nossas atitudes, em relação ao consumo desenfreado e ao desperdício.
Além da motivação, boa vontade, participação da população e infra-estrutura fornecida pelos municípios, a comercialização dos materiais recicláveis, poderá vir a ser, o ponto nevrálgico, responsável pela inviabilização da cadeia da reciclagem. Portanto, é necessário e fundamental, que exista uma preocupação básica para o fechamento do elo de ligação entre a geração do resíduo e o seu reaproveitamento.



Objetivos do Programa Estadual de Coleta Seletiva e Reciclagem da SMARH CRA SEDUR e ASCOMPITA (Projeto AÇÃO 4R – Reduzir, Reutilizar, Reviver e Reciclar)

Implementar Programas de Parcerias com empresas co-responsáveis pela geração de materiais potencialmente recicláveis;
Fomentar a comercialização através da elaboração de diagnóstico e análise de mercado, visando à definição de propostas de fortalecimento do mercado de recicláveis.
Integrar as diversas Secretarias do Governo Estado da Bahia, visando o incentivo à instalação de indústrias recicladoras, criando programas com incentivos específicos objetivando novas demandas para os materiais recicláveis.
Estabelecer banco de dados de todos os resíduos gerados no Estado, promovendo a integração entre todos os municípios BAHIA, viabilizando também, desta forma, a comercialização dos resíduos recicláveis;
Promover ações de incentivo à pesquisa e desenvolvimento, objetivando alternativas para novos processos e métodos, criando condições mais favoráveis ao desenvolvimento, manutenção e, ampliação dos programas de coleta seletiva e reciclagem;
Implementar Programa Interno de Coleta Seletiva, nos governos estadual e municipais, visando implantar coleta seletiva, principalmente nos órgãos vinculados a SMARH CRA SEDUR e ASCOMPITA e Cooperativas na (1º etapa) e em todos os órgãos do Estado na (2ºetapa), criando um programa modelo para o Estado, fortalecendo o espírito cooperativo e a consciência ambiental. Em paralelo, deverão ser desenvolvidas ações objetivando mudanças de atitudes e hábitos impostos pela sociedade de consumo, evitando o desperdício e reduzindo sensivelmente a geração de resíduos.



RESOLUÇÃO Nº 275 DE 25 DE ABRIL 2001

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das atribuições que lhe conferem a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e tendo em vista o disposto na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e no Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999, e
Considerando que a reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o consumo de matérias-primas, recursos naturais não-renováveis, energia e água;
Considerando a necessidade de reduzir o crescente impacto ambiental associado à extração, geração, beneficiamento, transporte, tratamento e destinação final de matérias-primas, provocando o aumento de lixões e aterros sanitários;
Considerando que as campanhas de educação ambiental, providas de um sistema de identificação de fácil visualização, de validade nacional e inspirado em formas de codificação já adotadas internacionalmente, sejam essenciais para efetivarem a coleta seletiva de resíduos, viabilizando a reciclagem de materiais, resolve:
Art.1o Estabelecer o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
Art. 2o Os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no âmbito de órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, e entidades para-estatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido em Anexo.



Programa Desperdício Zero - BAHIA
Política de Resíduos Sólidos

A Política de Resíduos Sólidos do Programa Desperdício Zero - BAHIA visa, principalmente, a redução de 30% dos resíduos que são encaminhados aos aterros sanitários e a eliminação de 100% dos lixões no Estado da Bahia . Estas metas poderão ser alcançadas através da convocação de toda sociedade, objetivando

- Mudanças de atitude e hábitos de consumo;
- Minimização da geração de resíduos;
- Combate ao desperdício;
- Incentivo à reutilização dos materiais;
- Reaproveitamento de materiais através da reciclagem.

O princípio básico do Programa desperdício Zero – Bahia consiste em REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR os resíduos sólidos gerados.
A Bahia, que produz diariamente 20 mil toneladas de resíduos de todas as origens, ainda tem 350 municípios com lixões a céu aberto. São cidades grandes, médias e pequenas que sofrem pela ausência de um sistema correto de saneamento ambiental.



O Programa Desperdício Zero - BAHIA, sustentado nos compromissos do Estado e na cooperação de instituições e entidades parceiras, tem estas duas missões:

1. Transformar todos os lixões da Bahia em aterros sanitários até dezembro de 2010.
2. Reduzir em 30% a quantidade de resíduos sólidos produzidos no Estado, nos próximos 2 anos.

O Programa Desperdício Zero é o melhor programa ambiental do Brasil, e consiste na capacitação e formação de agentes multiplicadores que disseminam os conceitos de redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos.

A reprodução do programa no Estado da Bahia ficará sob a responsabilidade da ASCOMPITA conforme o Termo de Cooperação assinado no dia 9/10/07, em Curitiba e publicado na data de 10/10/2007 no diário oficial do Governo do Paraná.

Inicialmente serão capacitados 100.000 agentes multiplicadores no Estado. São professores docentes dos ensinos infantil, médio e fundamental, estudantes universitários ligados a área ambiental e técnicos de meio ambiente governamentais.



Ações a serem implementadas:

Estimular o estabelecimento de parcerias entre o poder público, setor produtivo e a sociedade civil, através de iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável;
Implementar a gestão diferenciada para resíduos domiciliares, comerciais, rurais, industriais, construção civil, de estabelecimentos de saúde, podas e similares e especiais;
Estimular a destinação final adequada dos resíduos sólidos urbanos de forma compatível com a saúde pública e a conservação do meio ambiente;
Implementar programas de educação ambiental, em especial os relativos a padrões sustentáveis de consumo;
Adotar soluções regionais no encaminhamento de alternativas ao acondiciona-mento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos;
Estimular pesquisa, desenvolvimento, apropriação, adaptação, aperfeiçoamento e uso efetivo de tecnologias adequadas ao gerenciamento integrado de resíduos sólidos;
Capacitar gestores ambientais envolvidos em atividades relacionadas no gerenciamento integrado dos resíduos sólidos;
Instalar grupos de trabalhos permanentes para acompanhamento sistemático das ações, projetos, regulamentações na área de resíduos;
Estimular, desenvolver e implementar programas municipais relativos ao gerenciamento integrado de resíduos;
Licenciar, fiscalizar e monitorar a destinação adequada dos resíduos sólidos, de acordo com as competências legais;



Promover a recuperação do passivo ambiental, oriundos da disposição inadequada dos resíduos sólidos;
Preservar a qualidade dos recursos hídricos pelo controle efetivo e pelo levantamento periódico dos descartes de resíduos em áreas de preservação ambiental;
Estimular a implantação de unidades de tratamento e destinação final de resíduos industriais;
Estimular o uso, reuso e reciclagem, com a implantação de usinas, visando o reaproveitamento dos resíduos inertes da construção civil;
Estimular a implantação de programas de coleta seletiva e reciclagem, com o incentivo a segregação integral de resíduos sólidos na fonte geradora;
Estimular ações relacionadas aos resíduos gerados nas zonas rurais, priorizando o destino das embalagens vazias de agrotóxicos e a suinocultura;



Resíduos Sólidos
Matéria orgânica
Resíduos recicláveis
Resíduos da construção civil
Resíduos industriais
Resíduos de saúde
Embalagens de agrotóxicos
Dejetos animais



Materiais Especiais
Lâmpadas
Pneus
Pilhas e baterias



Programa Desperdício Zero - Bahia

Resíduos Rurais

Embalagens Vazias de Agrotóxicos
Destino de Embalagens Vazias de Agrotóxicos:
Antes da existência de leis que obrigam a devolução das embalagens vazias de agrotóxicos, o Programa Terra Limpa, era embasado em ações não obrigatórias, como a devolução das embalagens pelo agricultor, a prática da Tríplice Lavagem, o envolvimento dos revendedores, participações das prefeituras, a educação ambiental, treinamento dos técnicos, treinamento dos supervisores e operadores, locais de recebimento, armazenamento e processamento, como também dos transportes e recolhimento junto ao agricultor e o destino final com poucas opções.
Hoje, com a existência das leis tanto federal como estadual, que obrigam a devolução das embalagens vazias de agrotóxicos e que o agricultor ou usuário dos produtos, façam a Tríplice Lavagem correta das embalagens, passíveis destas lavagens, que também façam a devolução em postos de recebimento licenciados, indicados nas notas fiscais na compra dos produtos, no prazo de até um ano a partir da data da nota fiscal.
Os revendedores devem, dispor de locais (postos) de recebimento das embalagens vazias, dos produtos que por eles forem vendidos. Estes postos poderão ser de associações de revendedores para facilitar tanto para os agricultores, como para os revendedores na devolução e recebimento destas embalagens. Poderão colocar junto ao local de recebimento, um sistema de coleta itinerante, aonde os revendedores ou associações de revendedores, farão a coleta das embalagens nas comunidades ou pontos estratégicos para facilitar a devolução, quando julgado necessário. Toda a coleta itinerante terá que estar vinculada ou ligada a um posto de recebimento



As unidades regionais ou centrais foram adquiridas por meio de documento formal, conforme a lei, pelas associações de revendedores, das prefeituras municipais que as administravam anteriormente. Elas são as únicas que tem a função do processo de prensagem e trituração das embalagens, portanto, os materiais que estão estocados nos postos (já certificados e licenciados), serão encaminhados as unidades regionais ou centrais, para o seu processamento.
Todos os postos e unidades regionais deverão estar devidamente certificados pela SEMARH / SEDUR e licenciados pelo CRA, para poderem operar neste sistema. As indústrias fabricantes de agrotóxicos, estão representadas pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – INPEV, para dar o devido destino à todas as embalagens de agrotóxicos que estarão sendo devolvidas e estocadas nos postos e unidades regionais ou centrais.
Todo o transporte, dos postos às unidades regionais ou centrais, como também, das unidades regionais ou centrais aos seus destinos, como reciclagem ou destruição, estarão a cargo e custeados pelo INPEV. Toda a despesa do destino e das definições do mesmo estarão unicamente a cargo do INPEV.
O Programa está distribuído em (X) pontos ( a serem determinados), definidos e considerados como fundamentais para que este processo tenha êxito e eficiência:



Controle
Fiscalização/Licenciamento
Treinamento

Educação Ambiental
Pesquisa de Campo
Controle - Todo o controle, está embasado no Cadastro da devolução das embalagens.
O cadastro tem a finalidade de informar todas as devoluções que o agricultor ou usuário dos produtos estejam fazendo naquele momento, quanto a quantidade das embalagens por tipo, por produto, se foi tríplice lavado ou não, com a informação dos dados do agricultor e assinaturas de quem esta entregando e de quem esta recebendo, pois este terá que estar sempre treinado.
Na segunda via do cadastro será feito o recibo da devolução ao agricultor, que o qual terá que guarda-la por no mínimo um ano para fins de fiscalização.
Todos os cadastros (primeira via), serão enviados para a SUDUR/SEMARH/CRA em Salvador, para serem colocados no banco de dados existente, viabilizando assim o controle da devolução das embalagens considerado como uma fiscalização preventiva.
Fiscalização/Licenciamento - Toda a fiscalização nas questões de embalagens vazias de agrotóxicos, está a cargo do SEMARH/CRA. As ações de fiscalização estarão voltadas as atribuições dos usuários de agrotóxicos quando da execução da prática da Tríplice lavagem, da devolução das embalagens e dos recibos, das estocagens das embalagens nas propriedades rurais e do transporte. Todos os postos e unidades de recebimento terão de estar licenciadas pelo SEMARH/CRA, como também, o transporte dos postos às unidades regionais ou centrais e destes aos destinos indicados e autorizados.
Treinamento - Para que os postos e unidades regionais ou centrais obtenham o Licenciamento de Operação, estes deverão comprovar que os operadores e supervisores estejam devidamente treinados para o trabalho interno destes locais, quanto ao recebimento, prensagem, trituração, e do recebimento quando trabalho itinerante também. Consideramos que todos os envolvidos diretamente no recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos, estão devidamente treinados para suas funções.



Programa Desperdício Zero / Bahia
Resíduos Rurais
Embalagens Vazias de Agrotóxicos

Destino de Embalagens Vazias de Agrotóxicos:
Antes da existência de leis que obrigam a devolução das embalagens vazias de agrotóxicos, o Programa Terra Limpa, era embasado em ações não obrigatórias, como a devolução das embalagens pelo agricultor, a prática da Tríplice Lavagem, o envolvimento dos revendedores, participações das prefeituras, a educação ambiental, treinamento dos técnicos, treinamento dos supervisores e operadores, locais de recebimento, armazenamento e processamento, como também dos transportes e recolhimento junto ao agricultor e o destino final com poucas opções.
Hoje, com a existência das leis tanto federal como estadual, que obrigam a devolução das embalagens vazias de agrotóxicos e que o agricultor ou usuário dos produtos, façam a Tríplice Lavagem correta das embalagens, passíveis destas lavagens, que também façam a devolução em postos de recebimento licenciados, indicados nas notas fiscais na compra dos produtos, no prazo de até um ano a partir da data da nota fiscal.
Os revendedores devem, dispor de locais (postos) de recebimento das embalagens vazias, dos produtos que por eles forem vendidos. Estes postos poderão ser de associações de revendedores para facilitar tanto para os agricultores, como para os revendedores na devolução e recebimento destas embalagens. Poderão colocar junto ao local de recebimento, um sistema de coleta itinerante, aonde os revendedores ou associações de revendedores, farão a coleta das embalagens nas comunidades ou pontos estratégicos para facilitar a devolução, quando julgado necessário. Toda a coleta itinerante terá que estar vinculada ou ligada a um posto de recebimento.
As unidades regionais ou centrais foram adquiridas por meio de documento formal, conforme a lei, pelas associações de revendedores, das prefeituras municipais que as administravam anteriormente. Elas são as únicas que tem a função do processo de prensagem e trituração das embalagens,



portanto, os materiais que estão estocados nos postos (já certificados e licenciados), serão encaminhados as unidades regionais ou centrais, para o seu processamento.
Todos os postos e unidades regionais deverão estar devidamente certificados pela SEMARH / SEDUR e licenciados pelo CRA, para poderem operar neste sistema. As indústrias fabricantes de agrotóxicos, estão representadas pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – INPEV, para dar o devido destino à todas as embalagens de agrotóxicos que estarão sendo devolvidas e estocadas nos postos e unidades regionais ou centrais.
Todo o transporte, dos postos às unidades regionais ou centrais, como também, das unidades regionais ou centrais aos seus destinos, como reciclagem ou destruição, estarão a cargo e custeados pelo INPEV. Toda a despesa do destino e das definições do mesmo estarão unicamente a cargo do INPEV.
O Programa está distribuído em (X) pontos ( a serem determinados), definidos e considerados como fundamentais para que este processo tenha êxito e eficiência:
Controle



Fiscalização/Licenciamento
Treinamento

Educação Ambiental
Pesquisa de Campo
Controle - Todo o controle, está embasado no Cadastro da devolução das embalagens.
O cadastro tem a finalidade de informar todas as devoluções que o agricultor ou usuário dos produtos estejam fazendo naquele momento, quanto a quantidade das embalagens por tipo, por produto, se foi tríplice lavado ou não, com a informação dos dados do agricultor e assinaturas de quem esta entregando e de quem esta recebendo, pois este terá que estar sempre treinado.
Na segunda via do cadastro será feito o recibo da devolução ao agricultor, que o qual terá que guarda-la por no mínimo um ano para fins de fiscalização.
Todos os cadastros (primeira via), serão enviados para a SUDUR/SEMARH/CRA em Salvador, para serem colocados no banco de dados existente, viabilizando assim o controle da devolução das embalagens considerado como uma fiscalização preventiva.
Fiscalização/Licenciamento - Toda a fiscalização nas questões de embalagens vazias de agrotóxicos, está a cargo do SEMARH/CRA. As ações de fiscalização estarão voltadas as atribuições dos usuários de agrotóxicos quando da execução da prática da Tríplice lavagem, da devolução das embalagens e dos recibos, das estocagens das embalagens nas propriedades rurais e do transporte. Todos os postos e unidades de recebimento terão de estar
licenciadas pelo SEMARH/CRA, como também, o transporte dos postos às unidades regionais ou centrais e destes aos destinos indicados e autorizados.
Treinamento - Para que os postos e unidades regionais ou centrais obtenham o



Licenciamento de Operação, estes deverão comprovar que os operadores e supervisores estejam devidamente treinados para o trabalho interno destes locais, quanto ao recebimento, prensagem, trituração, e do recebimento quando trabalho itinerante também. Consideramos que todos os envolvidos diretamente no recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos, estão devidamente treinados para suas funções.
Educação Ambiental - Todos os segmentos do processo produtivo na agricultura deverão estar empenhados nas questões de educação ambiental. Sabemos que o melhor momento para uma educação é no do ato da venda dos produtos. Não podemos perder este momento, pois é considerado o mais barato e o mais eficiente, isto se a pessoa que esta transmitindo, tenha o conhecimento correto, para que possa transmitir ao agricultor. Portanto, esta pessoa terá que ser treinada e atualizada para este fim.
A educação ambiental, já está inserida no conteúdo programático das disciplinas dos professores das entidades de ensino envolvidas. As participações em eventos como feiras agrícolas, divulgações em rádios, tvs, folhetos, reuniões, palestras, entre outros.
Pesquisas de Campo - Estas pesquisas estão sendo executada pelas Universidades, através de estagiários treinados para esta atividade, pois deverão extrair do campo, a realidade quanto as atividades, ao conhecimento, aos erros e as melhorias que os agricultores estão tendo com os outros quatro pontos mencionados anteriormente.


FONTE: http://www.reciclabahia.org/despedicio_zero.php

POSTODO POR: RUY BATISTA - ruyebatista@globo.com

Reciclagem de resíduos sólidos gera emprego e renda

Reciclagem de resíduos sólidos gera emprego e renda
Experiências bem sucedidas de organizações de catadores serão levadas ao Encontro Internacional do Nordeste do Brasil, de 8 a 10 de março, em Recife

O Brasil possui hoje um exército de 200 mil catadores de lixo, homens, mulheres e crianças que dependem exclusivamente desta atividade para sobreviver. Deste total, 40 mil freqüentam os ambientes insalubres e totalmente fora de controle dos chamados lixões, presentes em 65% dos municípios brasileiros, conforme pesquisas do Ministério das Cidades. Nos centros urbanos, a grande maioria, ou 88% destes trabalhadores, participam de cooperativas informais, ou extremamente precárias, segundo levantamento do Movimento Nacional de Catadores, embora esta atividade seja atualmente uma das que concentrem maior potencial de absorção de mão-de-obra não qualificada.
Amparada na imensa capacidade de inclusão social das cooperativas que reúnem catadores de materiais recicláveis e, ao mesmo tempo, objetivando estimular a troca de experiências bem sucedidas de iniciativas de organização de catadores em diversas cidades do Nordeste brasileiro, a Fundação AVINA está apoiando o Encontro Internacional do Nordeste do Brasil - Parcerias para o Combate à Desigualdade e à Pobreza e para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável, que será realizado entre 8 e 10 de março no Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.
Durante o Encontro, que reunirá entidades nacionais e transnacionais e da sociedade civil para debates sobre a ampliação das experiências locais de desenvolvimento sustentável nas cadeias produtivas do mel, do caju, da mandioca, das confecções e dos resíduos sólidos, a Fundação AVINA e seus líderes parceiros do Nordeste estarão abordando as atividades estratégicas imprescindíveis para a organização dos catadores na região, em especial nos estados da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Depois desta reunião regional, a AVINA apoiará em Brasília, na última semana de março, o inédito encontro nacional de 750 lideranças eleitas pelos próprios catadores em recente projeto nacional de capacitação, apoiado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome em 14 estados.
Instrumento de inclusão social
“Por possuir um alto grau de materiais recicláveis, o lixo proporciona excelente capacidade de geração de postos de trabalho, embora seja uma atividade insalubre e de muito risco pela precariedade com que hoje é realizada. E emprega trabalhadores que, no mercado formal, teriam pouquíssimas chances por sua falta de condições de empregabilidade. Por isso, a Fundação AVINA apóia a organização destes trabalhadores, como instrumento de inclusão social”, explica Federico Bellone Pavani, responsável pelo acompanhamento das parcerias na cadeia de reciclagem da AVINA Brasil no Nordeste.
Recente estudo do Movimento Nacional de Catadores apresentado ao Governo Federal indica que o custo de investimento para criação de um posto de trabalho nesta atividade é baixo, se comparado a outros setores (R$ 4 mil per capta contra R$ 7 mil para uma micro empresa, por exemplo, ou 30 mil na indústria da construção). Por isso o Movimento está propondo ao Governo Federal investir R$ 170 milhões na criação e fortalecimento de cooperativas de catadores, que gerariam cerca de 40 mil postos de trabalho e um aumento de renda per capta que iria da situação atual de R$ 60/100 a até R$ 300/450, beneficiando um universo de 175 mil pessoas em situação de exclusão.
O objetivo da Fundação AVINA, ao apoiar o Movimento Nacional dos Catadores e as experiências locais de desenvolvimento sustentável, é aproximar as empresas de reciclagem das cooperativas de catadores, promovendo um relacionamento direto e mais ético entre ambas as partes e evitando a figura do intermediário, que lucra abusivamente com o comércio do material reciclado, em detrimento dos direitos dos catadores.
“No plano nacional, nosso objetivo é colaborar para estruturar a cadeia produtiva da reciclagem, que envolve empresas que trabalham com papel, metal, plástico, vidro e PET. Queremos que estas empresas ajudem os catadores a melhorar seu desempenho para que, daqui a 10 anos, tenhamos uma parte significativa dos materiais recicláveis procedente de empreendimentos de catadores, e que estes trabalhadores estejam no comando de suas próprias atividades, com condições de trabalho decentes”, comenta Federico.
__________________________________________________________
Fonte: Fundação Avina
Fechamento: 24/02/2006 - 11h20
Contatos: Celia Abend – (21) 8812-5172 / Maria Teresa Senise - (21) 2541-3524.
Ref. http://www.consciencia.net/2006/0224-reciclagem.html

POSTADO POR: RUY BATISTA -ruyebatista@globo.com

domingo, 18 de outubro de 2009

Governo decide reduzir meta de recolhimento de pneus usados

Cerca de 1,7 milhão de toneladas de pneus usados deixaram de ser recolhidos num período de cinco anos por fabricantes e importadores de pneus, que terão de seguir a nova regra aprovada pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), após quase quatro anos de debates.

Dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) mostram que apenas 43% da meta foi cumprida desde o início da exigência de recolhimento de pneus usados, entre 2002 e 2007. Mais de 20 milhões de pneus deixaram de ter a destinação devida a cada ano.

A principal falha foi dos fabricantes. Em 2008, eles recolheram menos de 35% da meta.

Em votação, o Conama reduziu as metas de recolhimento, na intenção de vê-las cumpridas. A partir da publicação da nova resolução, fabricantes e importadores terão de assegurar o recolhimento e a destinação adequada de um pneu usado a cada pneu novo comercializado no país.

Caso recolham mais do que o necessário num determinado ano, a diferença será considerada "crédito" para os anos seguintes. O governo contabiliza multas de mais de R$ 20 milhões aplicadas em apenas dois anos e, segundo a resolução, passará a fazer um acompanhamento anual da destinação dos pneus usados. "O resultado da nova resolução é que a regra vai pegar; a regra anterior era inexequível", avaliou a conselheira do Conama Grace Dalla Pria, representante da CNI.

Lançados indevidamente no ambiente, os pneus usados são apontados como um dos principais locais de proliferação de mosquitos transmissores da febre amarela e da dengue, além de aumentarem o risco de contaminação por metais pesados e substâncias cancerígenas.

No Brasil, os pneus considerados "inservíveis" são destinados sobretudo à indústria do cimento ou à reciclagem da borracha, mas nenhuma destinação é considerada integralmente segura pelo Ibama. Por isso, os pneus são tratados pelo governo como resíduo perigoso.


Fonte: Marta Salomon (Folha de S.Paulo)

Postado por Marcello Ferreira Maciel Monteiro

Grupo 4

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Reciclagem de frascos plásticos de postos de gasolina

O aumento do preço das resinas plásticas, pressionado pelas constantes flutuações do preço do petróleo no mercado internacional, tem estimulado os transformadores de plásticos á procura de resinas plásticas de menor custo e de boa qualidade. Normalmente o preço do plástico reciclado é 40% mais baixo do que o da resina virgem. Portanto a substituição da resina virgem pela reciclada, trás benefícios de redução de custo e aumento de competividade.O aumento da oferta de resinas plásticas recicladas, esbarra na escassez de sucata plástica disponível para consumo.A aprovação de leis ambientais, responsabilizado as empresas geradoras pela coleta e destinação dos seus resíduos, resultará num impacto positivo, na oferta de matéria prima para a atividade de reciclagem de plásticos.

Nos estados do RJ e RS as leis estaduais nos. 3369 e 9921 respectivamente, já regulamentadas,responsabilizam as empresas distribuidoras de óleo lubrificante e aditivos automotivos, pela coleta e destinação ambientalmente adequada das embalagens pós-consumo.

Dados divulgados pela PLASTIVIDA, indicam que somente 17,5% do plástico produzido no país é reciclado. Os “gargalos” para o crescimento da indústria de reciclagem,residem na coleta do plástico pós consumo e no desenvolvimento de novos processos de reciclagem ,capazes de processar sucatas plásticas inadequadas para os processos existentes.

Os locais de troca de óleo (postos de gasolina,centros de troca,concessionárias de veículos,etc.), descartam diariamente para o meio ambiente frascos plásticos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD),pós consumo, contaminados com óleo lubrificante e aditivos, utilizados na manutenção dos veículos automotores.

O óleo residual, contido nestes frascos,aumenta o índice de fluidez do plástico, dificultando o processo de reciclagem, e prejudicando a qualidade dos artefatos reciclados produzidos, devido à deformidade e presença de odor de óleo. Para evitar estes problemas, é necessário desenvolver tecnologia para a remoção do óleo, e para o tratamento dos efluentes gerados no processo de reciclagem.

A ausência de um processo de descontaminação, até há pouco tempo, e a falta de consciência ambiental,faz com que alguns recicladores processem os frascos contaminados com óleo, misturados aos frascos não contaminados. A parcela não coletada (a mais volumosa) é enviada para as áreas de destinação de lixo, juntamente com o lixo urbano, reduzindo a vida útil daquelas áreas , pois o tempo de biodegradação do PEAD é superior a 100 anos.

A disponibilidade de áreas adequadas, para implantação de projetos de destinação de lixo (aterros e lixões), tornou-se um problema crítico, devido á expansão urbana e ás exigências da legislação ambiental.

Além da perda do PEAD, o descarte destas embalagens no meio ambiente é também preocupante, pelo potencial de contaminação dos recursos hídricos,causado pelo óleo contido nestas embalagens.O óleo despejado nas águas consome oxigênio no processo de biodegradação, e dificulta à passagem de luz,comprometendo desta forma a sobrevivência das espécies aquáticas.

Testes de extração de óleo lubrificante por hexano, realizados em frascos de um litro, pós-consumo, revelaram a presença de 1% (em massa) de óleo residual (valor médio) por frasco. Baseado no volume de óleo lubrificante comercializado no país em 2003 (868.353m³),divulgado pelo SINDICOM, estima-se que naquele ano foram consumidas 29.177 ton. de PEAD na fabricação de embalagens para óleo lubrificante.(Devido à falta de informações,não foi considerado o PEAD consumido na fabricação das embalagens de aditivos automotivos).

A reciclagem destas embalagens através de um processo ambientalmente limpo, resultaria nos seguintes ganhos: evitar que cerca de 292 ton de óleo e 26.000ton de PEAD (perdas = 10%), fossem destinadas para o meio ambiente;abertura de 403 empregos diretos para a reciclagem dos frascos; reaproveitamento de 26.000ton de PEAD na fabricação de embalagens plásticas de uso não alimentício ou farmacêutico, tais como de óleo lubrificante e aditivos automotivos,produtos de limpeza,produtos fitossanitários e de artefatos plásticos ,como conduítes elétricos,componentes de vassoura,etc.

Com base nos precedentes anteriormente descritos, o presente projeto estudou alternativas para o desenvolvimento de um processo de reciclagem ambientalmente limpo, e viável economicamente, para os frascos de óleo lubrificantes e aditivos automotivos.

Na planta projetada poderão também ser processados separadamente, frascos não contaminados com óleo,tais como os de produtos de limpeza (PEAD) e de água mineral (polipropileno).

Durante a pesquisa foram estudadas as seguintes alternativas:

1-) Extrusão em cascata: foram usadas duas extrusoras para granular o plástico e remover o óleo por volatilização e degasagem. Não ocorreu a remoção total do óleo neste processo. Os frascos fabricados com os “pellets” produzidos apresentaram odor e imperfeições.

2-) Extração do óleo por solvente: os frascos moídos foram lavados com solvente orgânico para extração do óleo. O processo é eficiente na remoção do óleo, porém foi abandonado devido à alta inflamabilidade e periculosidade do solvente;

3-) Lavagem com detergente: foi o processo escolhido por apresentar eficiência na remoção do óleo e risco operacional reduzido. Consiste na lavagem dos frascos moídos com solução de detergente para remoção do óleo. Após a separação do plástico, a emulsão água-óleo é tratada por processo físico-químico. A água tratada é reciclada no processo e o resíduo sólido (óleo e impurezas) é enviado para incineração. O plástico moído após enxágüe e secagem é extrusado para obtenção de “pellets” reciclados, os quais são utilizados puros ou misturados com resinas virgens na fabricação de artefatos plásticos.

Nas amostras de PEAD reciclado, foram realizados testes de Índice de Fluidez (MFI), Espectroscopia de Infra-Vermelho (FTIR) e Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC).

Os resultados obtidos, comparados aos do material virgem, indicaram que não houve degradação, pelo menos em escala significativa, que pudesse comprometer o desempenho de diferentes produtos fabricados a partir do material reciclado, produzido através deste processo de reciclagem.

O material granulado foi testado no processo de extrusão-sopro, na produção de bombonas de 20litros para óleo lubrificante, e de frascos de 1litro para água sanitária.

No 1° teste foram utilizado 30% de reciclado misturado á resina virgem. O 2° teste foi conduzido com o uso de 100% de PEAD reciclado.Nos 2 testes, as embalagens produzidas foram aprovadas nos ensaios de controle de qualidade.


Adilson Santiago Pires
Engenheiro Químico e professor do Curso de Reciclagem de Plásticos do NIEAD/CCMN/UFRJ (www.niead.ufrj.br)
postado por Aline Ferreira grupo 04

terça-feira, 13 de outubro de 2009

RECICLAGEM DE RESÍDUO SÓLIDO E INDUSTRIAL

Podemos definir resíduo como processo de diversas atividades: industrial, doméstica, hospitalar, agrícola, comércio e etc., a geração do mesmo está vinculada a atividade humana, sendo classificado como liquido e sólido.
São vários os riscos ambientais e sanitários que os resíduos apresentam principalmente, se depositados em lugares indevidos. Dentre eles podemos citar a poluição das águas, dos solos, poluição do ar, problemas econômicos e sanitários,
Por sua vez, a necessidade no tratamento e transformação dos resíduos vem impulsionando as empresas e a sociedade a repensar a destinação dada ao lixo. Dessa forma, a implantação da coleta seletiva facilita o processo de reciclagem, permitindo vantagens econômicas, sociais e ambientais.
Entre os principais benefícios da reciclagem as principais são: redução do volume de lixo pelo uso direto de materiais recicláveis, transformação de certos resíduos em matéria-prima reutilizável, economia de energia, conservação dos recursos materiais, aumento da vida útil dos aterros, racionalização e eficiência na recuperação e comercialização dos resíduos sólidos, novas oportunidades de negócios para a iniciativa privada, absorção de mão-de-obra e melhor qualidade de vida.
Portanto, a reciclagem possibilita uma série de vantagens, um exemplo, são os resíduos líquidos, chamados também de lexiviados, possuem em sua composição, elevada concentração de matéria orgânica, de azoto e de materiais tóxicos. Quando reaproveitado serve, principalmente para alimentar animais domésticos (restos de alimentos) e produção de fertilizantes – compostagem.


Por Mário Cley S Pinto

Grupo 04

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Reciclagem de Papel

A reciclagem do papel é um processo que, apesar de não ser isento da produção de resíduos,
economiza matéria- prima, pois permite recuperar as fibras de celulose do papel velho e as incorpora na fabricação do novo papel. Embora a matéria-prima seja "renovável", o objetivo de se obter a madeira conduz normalmente a extensas monoculturas de espécies que podem fazer desaperecer quase a totalidade da fauna e da flora nativas. Os papéis não podem ser reciclados indefinidamente devido à perda da sua qualidade, uma vez que a cada vez que se recicla um papel, o tamanho de suas fibras diminuem e ele fica um pouco mais fraco. Outro problema são os pigmentos presentes no papel. O branqueamento do papel requer que a polpa de fibra virgem ou reciclada passe por tratamentos químicos com peróxido, dioxido de sódio, dioxido de cloro, ozônio e ácido, precisando ser lavada em cada etapa, gerando grande poluição das águas.
Talvez caiba a nós a mudança de certos hábitos, uma vez que a reciclagem de papel ajuda, mas não resolve o problema ambiental. Devemos diminuir drasticamente o consumo de papel e, para isso, seguem algumas dicas simples: 1) não utilizar folhas brancas para rascunho, preferindo papéis de pior qualidade e aqueles já utilizados em uma das faces; 2) xerocar e imprimir somente aquilo que vamos ler e estudar, e que não podemos por algum motivo analisar na tela do computador; 3) não utilizar papéis coloridos, pois a pigmentação atrapalha a reciclagem.
Tipos de papéis que podemos reciclar:
Caixas de papelão
Jornal
Revistas
Impressos em geral
Fotocópias
Rascunhos
Envelopes
Papéis timbrados
Cartões
Papel de fax
Fonte: www.rudzerhost.com/papel/recipapel.htm

Postado por: Lucas Vasconcelos, Grupo 4

domingo, 4 de outubro de 2009

Os Biocombustíveis, o etanol e a fome no mundo

No primeiro caso, estão as preocupações de caráter ambiental que derivam da crescente busca para a redução de emissões de gases que aceleram o efeito estufa. Quanto aos governos, a segurança energética relaciona-se com a redução da dependência da importação de petróleo, bem cada vez mais escasso e cujos principais países exportadores encontram-se em regiões com freqüentes instabilidades políticas. É nesse contexto que a experiência brasileira no uso do álcool derivado da cana-de-açúcar desperta a atenção mundial.
O Brasil está, há pelo menos três décadas, na vanguarda da corrida dos biocombustíveis, em decorrência não só da enorme quantidade de terras e recursos hídricos disponíveis, como também por seu domínio tecnológico na produção de cana, a mais importante das matérias-primas utilizadas para produzir açúcar, etanol e eletricidade de forma competitiva.
A decisão dos governos dos Estados Unidos (EUA) e dos países da União Européia (UE) em pelo menos duplicar o seu consumo de biocombustíveis nos próximos anos não só acirrou inúmeros interesses, como também ensejou grandes polêmicas.
Uma das principais polêmicas é aquela que discute o impacto que o crescimento das culturas agrícolas ligadas à produção de biocombustíveis causariam à produção de alimentos. De início deve-se ressaltar que a importância dos combustíveis de origem agrícola no mercado global de energia é pequena, visto não representarem mais do que 1% da produção de combustíveis fósseis.
Mas, o crescente impacto do boom agroenergético tem afetado, de forma mais ou menos significativa, certos mercados agrícolas, especialmente o do milho, a principal matéria prima usada para produção de etanol nos EUA. A produção norte-americana do etanol já consome cerca de 20% do milho produzido no país e esta cultura vem avançando gradativamente sobre áreas de outros plantios, especialmente os dedicados à soja. Isso tem ocasionado aumento dos preços de certos produtos agrícolas e causado desequilíbrios na estrutura dos mercados agropecuários (especialmente os de rações), além de afetar as exportações (os EUA são os maiores exportadores mundiais).
Já o impacto da expansão da agroenergia nos mercados agrícolas é muito menor em países como o Brasil, que produzem álcool a partir da cana. Mais eficiente que o milho ou qualquer outra cultura agrícola, a produtividade da cana é duas vezes maior que a do milho e seu custo de produção é 30% menor.
Do total de terras aráveis do Brasil (aproximadamente 340 milhões de hectares), cerca de 2,0% são usadas para o cultivo de cana, metade delas dedicadas à produção de etanol. A cultura da cana deverá se ampliar nos próximos anos às custas das terras dedicadas ao plantio de soja (cerca de 6,0% das terras aráveis) e milho (3,2%) e também sobre as áreas de pastos que correspondem a quase 60% das terras aráveis. Mas, não há certeza que, em algumas áreas, a cana não possa se expandir em detrimento a algumas culturas alimentares. Daí, a ferrenha oposição setores da sociedade em relação a essa expansão.
Estimativas para a safra de cana de 2007/2008 indicam que ela crescerá 15% em relação a de 2006/2007 e o aumento se verificará em quase todas as unidades federativas. Os estados que apresentarão o maior crescimento porcentual serão a Bahia (75,9%) e Tocantins (73,5%). Todavia, em volume, a produção de cana é bem concentrada. Cerca de 85% dela verifica-se no Centro-Sul, com destaque para São Paulo com aproximadamente 70% do total regional. O Paraná (porção norte), Minas Gerais (região do Triângulo Mineiro), Mato Grosso Sul (leste) e centro-sul de Goiás completam o quadro.
Há estudos em andamento no Ministério da Agricultura no sentido de se estabelecer um zoneamento agroecológico do setor sucroalcooleiro cujo objetivo seria o de definir as áreas disponíveis para a ampliação da produção levando em conta não só os índices de produtividade, mas também os impactos ambientais e socioeconômicos dessa expansão.
Os EUA e o Brasil são, nessa ordem, os maiores produtores mundiais de etanol, sendo os norte-americanos os maiores importadores do produto e nosso país o maior exportador. Todavia, o Brasil não possui as limitações de expansão de área cultivada como os EUA, já que a cana pode, a princípio, se expandir especialmente em áreas de cerrado, que tradicionalmente têm sido utilizadas para pastagens ou produção de soja. O Brasil, por exemplo, poderia produzir 132 milhões de litros de etanol, volume necessário para substituir 15% da gasolina nos EUA, com cerca de 30 milhões de hectares de cana-de-açúcar, o triplo da área atual de cana, porém apenas 10% da nossa reserva de pastagens.
Se produzida com alta tecnologia, a agroenergia representa uma extraordinária oportunidade para os países subdesenvolvidos da América Latina, África e parte da Ásia. O Brasil, em particular, tem uma chance de ouro para estar à frente dos demais países no contexto global da bioenergia, buscando consolidar o álcool (e também o biodiesel) como commodities globais, produzidas de forma ambiental e socialmente correta.
A expressiva alta dos alimentos nos últimos dois anos e a crise alimentar que vem afetando muitos países pobres como o Haiti, Burkina Fasso, Níger, entre outros levou vários especialistas ligados a organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a afirmar que esses problemas, que poderiam se alastrar por outros países eram causados pela expansão dos cultivos dedicados a produção de biocombustíveis (o etanol em particular) em detrimento daqueles dedicados a alimentação humana. Na verdade, o problema tem como causas uma combinação de fatores que atuam de forma diferenciada em vários países.
Genericamente seriam cinco os principais fatores que explicam, em termos mundiais, a situação atual. O aumento da produção de biocombustíveis e a manutenção dos subsídios agrícolas em países ricos, como os EUA e países da UE. O aumento dos custos da produção agrícola como decorrência do aumento do petróleo e dos fertilizantes. O forte incremento do consumo de alimentos por parte de países emergentes de grande população como são os casos da China, Índia, Brasil e México. A quebra de safras em vários países produtores de grãos cujo exemplo mais evidente é o da Austrália, atingida por secas prolongadas nos últimos anos. A crise financeira dos EUA que levou investidores a apostar em contratos de mercadorias, contribuindo também para o aumento de preços dos alimentos.

FONTE:Nelson Bacic Olic
Revista Pangea, 29/4/2008

POR: Adriana Reis

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

BIOCOMBUSTÍVEIS

DILEMA : PRODUÇÃO BIOMASSA PARA COMBUSTIVEIS / PRODUÇÃO ALIMENTOS

O debate sobre o uso de biocombustíveis está cada vez mais em voga, pois é sabido, com muita clareza, que os combustíveis fósseis, os mais utilizados, são finitos e as reservas terrestres só tendem a diminuir e terminar, sem renovação. Além disso, são extremamente poluidores e causam sérios desequilíbrios no ambiente.
Mas o que seriam os biocombustíveis? São materiais biológicos que, quando em combustão, possuem a capacidade de gerar energia para realizar trabalhos. É certo que praticamente todo material biológico gera energia, a fruta que comemos, a planta que queima.Mas aqui vou me concentrar naqueles com potencial combustível de interesse econômico - a energia para queimar é inferior à energia que gera posteriormente - e suas conseqüências ao ambiente.O tipo mais difundido de biocombustível no Brasil é o álcool proveniente da cana de açúcar. Sua principal vantagem é a menor poluição que causa, em comparação aos combustíveis derivados do petróleo. A cana é um produto completo porque produz açúcar, álcool e bagaço, cujo vapor gera energia elétrica. Contudo, possui diversas desvantagens, como o fato de não resolver o problema da dependência do petróleo, devido à inflexibilidade no refino do mesmo.O álcool proveniente da cana-de-açúcar tem sido o biocombustível número 1 na política brasileira de incentivo a energias alternativas ao petróleo. O mais grave do pro-álcool talvez tenha sido a necessidade de se utilizar um motor específico que não permite a utilização alternada entre álcool e gasolina, quando for interessante.Ainda há a questão ambiental. Com o estímulo ao pró-álcool, grande área de Mata Atlântica foi substituída por plantações de cana de açúcar, particularmente no nordeste brasileiro. Isto acarretou graves problemas climáticos e edáficos, com elevação das temperaturas e da erodibilidade dos solos. Tanto que muitos usineiros agora têm preocupação em proteger os fragmentos que restam e recuperar áreas degradadas. Até porque hoje em dia o álcool não está dando um lucro satisfatório, como antigamente...
Já o biodiesel, ou seja, óleo virgem derivado de algumas espécies de plantas, apresentam vantagens muito interessantes, como a possibilidade real de substituir quase todos os derivados do petróleo sem modificação nos motores, eliminando a dependência do petróleo. Além de ser naturalmente menos poluente, o biodiesel reduz as emissões poluentes dos derivados de petróleo (em cerca de 40%, sendo que seu potencial cancerígeno é cerca de 94% menor que os derivados do petróleo), possui elevada capacidade de lubrificar as máquinas ou motores reduzindo possíveis danos, é seguro para armazenar e transportar porque é biodegradável, não-tóxico e não explosivo nem inflamável à temperatura ambiente, não contribui para a chuva ácida por não apresentar enxofre em sua composição, permite dispensar investimentos em grandes usinas, ou linhas de transmissão, para atendimento local de energia em regiões com pequena demanda
As plantas mais utilizadas atualmente para produção do biodiesel são a soja, a colza, o pinhão manso, mamona, dendê, girassol e macaúba. As mais produtivas são o dendê (Elaeis guineensis) e a macaúba (Acrocomia aculeata - típica do litoral brasileiro), confirmando a potencialidade das palmeiras.
A soja (Glycine Max) é a mais utilizada nos EUA, onde também é comum misturar com restos de óleos usados para fritura.
A colza (Brassica napus) é a principal planta estudada e plantada para este fim na União Européia.
Existem outras muito produtivas, como a castanha do Pará, o coco e a copaíba, porém outros derivados seus são mais interessantes economicamente.
Tendo em vista tantas vantagens, o governo brasileiro têm estimulado a produção e comercialização do biodiesel, sendo o marco principal a publicação do Decreto No. 5.488, em 20 de maio de 2005, que regulamenta a lei 11.097 (janeiro/2005). Essa lei dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira. Inicialmente a proporção autorizada é 2% do diesel comum até 2008, 5% até 2013 e já é pensado 20%, sendo que nos Estados Unidos, os automóveis movidos com 100% de biodiesel têm apresentado rendimentos surpreendentes.
A política brasileira prevê o incentivo à produção da mamona no Nordeste e no Bioma Caatinga como um todo, do dendê no Norte e Amazônia e da soja no Cerrado, Sul e Sudeste. O maior problema está no fato de serem plantas exóticas, sendo que a macaúba, o buriti (Maurutia fexuosa), o pinhão manso (Jatropha curcas) e o babaçu (Ricinus communis), todas nativas, apresentam grande potencial, só não sendo mais produtivas que o dendê, o qual ainda tem a vantegem de apretesentar baixo custo de produção (custa cerca de um terço do óleo diesel europeu). Todavia, o conhecimento sobre a cultura das nativas ainda é incipiente e a tecnologia para utilização precisa de muitos estudos para ser mais viável economicamente. Ao contrário, as exóticas são mais conhecidas, suas culturas já são dominadas agronomicamente e existem muitos estudos publicados.
A mamona, além de ser menos produtiva do que todas essas nativas, possui muitas exigências de solo (irrigação e adubação), o que causa muitas modificações sérias no ambiente, não sendo portanto a mais indicada para a região Nordeste e Caatinga. Seria mais eficiente utilizar o pinhão manso, que é mais adaptado ao semi-árido nordestino. O pequi também poderia ser uma boa opção pela alta produtividade, mas não deve ser viável economicamente já que é uma arbórea de crescimento lento.
Substituir o que resta dos biomas brasileiros por mais monoculturas de plantas exóticas, existindo altos potenciais nativos, não parece ser a estratégia mais eficiente para levar o Brasil crescentemente à independência ao petróleo, à melhor contribuir para o controle das mudanças climáticas e para a preservação ambiental. A melhor saída seria estimular sistemas agro-florestais consorciando nativas e exóticas (a serem substituídas à medida que os estudos sobre as nativas, e a tecnologia associada, avancem), arbustos, árvores e palmeiras.
Branca M. O. Medina - branca@biologo.com.br
Bióloga licenciada e bacharel em ecologia pela UFRJ e mestre em ecologia, conservação e manejo da vida silvestre pela UFMG.

Postado por : Antonio Ramos Midlej

Grupo 02
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Você já parou para pensar no que significa a palavra "progresso"? Pois então pense: estradas, indústrias, usinas, cidades, máquinas e muitas outras coisas que ainda estão por vir e que não conseguimos nem ao menos imaginar. Algumas partes desse processo todo são muito boas, pois melhoram a qualidade de vida dos seres humanos de uma forma ou de outra, como no transporte, comunicação, saúde, etc. Mas agora pense só: será que tudo isso de bom não tem nenhum preço? Será que para ter toda essa facilidade de vida nós, humanos, não pagamos nada?
Você já ouviu alguém dizer que para tudo na vida existe um preço? Pois é, nesse caso não é diferente. O progresso, da forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras palavras, destruído o planeta Terra e a Natureza. Um estudioso do assunto disse uma vez que é mais difícil o mundo acabar devido a uma guerra nuclear ou a uma invasão extraterrestre (ou uma outra catástrofe qualquer) do que acabar pela destruição que nós, humanos, estamos provocando em nosso planeta. Você acha que isso tudo é um exagero? Então vamos trocar algumas idéias.
E o Desenvolvimento Sustentável?
O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.
As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a seguinte frase: "A humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar suas próprias necessidades". Ficou confuso com tudo isso? Então calma, vamos por partes. Essa frase toda pode ser resumida em poucas e simples palavras: desenvolver em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de sobrevivência). Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudável?
Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que propõem os estudiosos em Desenvolvimento Sustentável (DS), que pode ser definido como: "equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social".
Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente; é aqui que entra uma questão sobre a qual talvez você nunca tenha pensado: qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.
O DS tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:
 A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc);
‚ A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver);
ƒ A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);
„ A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc);
… A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo os índios);
† A efetivação dos programas educativos.
Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da população.

Texto: Marina Ceccato Mendes
Postado por: Antonio Ramos Midlej
Grupo 02
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Você já parou para pensar no que significa a palavra "progresso"? Pois então pense: estradas, indústrias, usinas, cidades, máquinas e muitas outras coisas que ainda estão por vir e que não conseguimos nem ao menos imaginar. Algumas partes desse processo todo são muito boas, pois melhoram a qualidade de vida dos seres humanos de uma forma ou de outra, como no transporte, comunicação, saúde, etc. Mas agora pense só: será que tudo isso de bom não tem nenhum preço? Será que para ter toda essa facilidade de vida nós, humanos, não pagamos nada?
Você já ouviu alguém dizer que para tudo na vida existe um preço? Pois é, nesse caso não é diferente. O progresso, da forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras palavras, destruído o planeta Terra e a Natureza. Um estudioso do assunto disse uma vez que é mais difícil o mundo acabar devido a uma guerra nuclear ou a uma invasão extraterrestre (ou uma outra catástrofe qualquer) do que acabar pela destruição que nós, humanos, estamos provocando em nosso planeta. Você acha que isso tudo é um exagero? Então vamos trocar algumas idéias.
E o Desenvolvimento Sustentável?
O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.
As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a seguinte frase: "A humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar suas próprias necessidades". Ficou confuso com tudo isso? Então calma, vamos por partes. Essa frase toda pode ser resumida em poucas e simples palavras: desenvolver em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de sobrevivência). Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudável?
Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que propõem os estudiosos em Desenvolvimento Sustentável (DS), que pode ser definido como: "equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social".
Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente; é aqui que entra uma questão sobre a qual talvez você nunca tenha pensado: qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.
O DS tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:
 A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc);
‚ A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver);
ƒ A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);
„ A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc);
… A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo os índios);
† A efetivação dos programas educativos.
Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da população.

Texto: Marina Ceccato Mendes

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Estímulo à reciclagem energética

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que será aprovada pelo Congresso Nacional até o ano que vem, deverá incluir a reciclagem energética como uma solução para a destinação final do lixo urbano, segundo o presidente do Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), Francisco Esmeraldo. A tecnologia utiliza os resíduos que não conseguem ser reaproveitados no processo de reciclagem mecânica para a geração de energia em térmicas.

A alternativa de geração de energia resolveria ao mesmo tempo dois grandes problemas das grandes cidades: energia e destinação final do lixo. Atualmente são produzidos cerca de 61,6 milhões de toneladas de lixo urbano/ano. Deste total, 51 milhões de t são coletados e vão pra aterros sanitários (70%) e para lixões (30%). Os 10 milhões restantes vão pra natureza.

Para Esmeraldo, o Brasil está muito atrasado no que diz respeito a reciclagem energética e o lixo continua sendo um dos mais graves problemas ambientais existentes hoje. A recuperação de energia em processos de tratamento térmico do lixo urbano já é uma realidade em vários países do mundo. Cerca de 150 milhões de ton/ano de lixo urbano são destinados em mais de 850 instalações de combustão com geração de energia, adequadas às normas ambientais. São 35 países que utilizam essa tecnologia, gerando mais de 10.000MW de energia.

Países como a Suíça e Estados Unidos já adotaram a política de reaproveitamento e já transformam seu lixo em energia. No Japão, por exemplo, 90% do lixo produzido no país é destinado à geração de energia.

A expectativa é que até o ano que vem, seja instalada a primeira térmica movida a lixo do país. “O Brasil tem a tecnologia. A UsinaVerde, localizada na Ilha do Fundão (RJ) ainda é um projeto piloto, mas é um grande avanço porque prova a viabilidade da ideia”, afirma Esmeraldo.


Fonte: Elisângela Mendonça (Energia Hoje)


Postado por: Marcello Ferreira Maciel Monteiro, Grupo 4

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ciencia, opinião e aquecimento global

Os dois artigos a seguir, merecem apreciação, por se tratar de opiniões alternativas sobre um tema que esta sendo objeto de muitas avaliações fantasiosas.


ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE
O governo negligencia a ampliação da produção do etanol, com tecnologia já desenvolvida, e prioriza a promessa incerta do pré-sal
"DO PONTO de vista da Shell, o debate está encerrado.Quando 98% dos cientistas concordam, quem é a Shell para dizer "vamos debater a ciência'?"Assim falou John Hofmeister em 2006, presidente dessa companhia.Referia-se ao debate sobre as consequências para o aquecimento global e as mudanças climáticas devidas à queima de combustíveis fósseis.Pois bem, a capitulação da Shell, assim como a da Exxon, em 2007, em relação às evidências dos fenômenos que lhes eram enormemente adversos financeira e politicamente deveria ter, de fato, selado a polêmica.Todavia, se 98% dos cientistas concordam, poderíamos talvez concluir que 2% discordam da relação causal entre emissão de gases de efeito estufa, aquecimento global e consequentes mudanças climáticas.Entretanto, estamos aqui em um campo de opiniões, e não no da ciência. No que diz respeito à ciência, ela diz peremptoriamente que a relação causal está comprovada. Vejamos o porquê da diferença entre opiniões de cientistas e uma afirmação científica.Um novo conhecimento é incorporado à ciência por meio de um processo que se inicia com a sua divulgação em um sistema de comunicação em que outros pesquisadores analisam e aprovam ou não a pertinência dos resultados e conclusões.Ora, enquanto centenas de artigos profissionais que passam pelo processo de avaliação aqui descrito confirmam a existência da relação causal entre emissões de gases de efeito estufa e aquecimento global, não há um único que a negue e que tenha sido divulgado pelo sistema de revistas ditas indexadas, com avaliação por pares.É verdade que houve, de permeio com maliciosa propaganda, suborno e corrupção, algumas declarações de respeitados cientistas contrários à posição da quase totalidade. São, porém, opiniões pessoais que não derivam de atividades de pesquisas desses mesmos cientistas. Valem como opinião, não como ciência. Consequentemente, não podem ser consideradas como um percentual da ciência.Os céticos citam manifestos assinados por cientistas e instituições que desacreditam a relação emissões-clima. Vejamos o que significam os principais deles:1) O "Consenso de Copenhague". Um conjunto de oito economistas de primeira linha, incluindo três detentores de Prêmio Nobel, reunidos em 2004 na capital da Dinamarca, elencou os principais problemas que afligem a humanidade, avaliando o aquecimento global como de muito baixa prioridade. Levando-se em conta a baixa frequência de acertos em previsões feitas por economistas, podemos considerar esse manifesto uma contundente comprovação da relação entre uso de combustíveis fósseis e aquecimento global.2) Os vários manifestos de cientistas, os "400 do relatório do Senado americano", a "Declaração de Manhattan", a "Declaração de Leipzig" etc. são agregados de nomes pouco conhecidos, com poucos autênticos cientistas, ou documentos que nada, em verdade, afirmam (leia-se Craven, G., Julho 2009, Penguin).A percepção da ameaça ao conforto futuro, se não à própria sobrevivência do Homo sapiens, se mostra tão aterradora e inexorável que preferimos, sempre que uma oportunidade se nos oferece, esquecê-la como se nunca tivesse existido.Seja exemplo o caso do Brasil, país que se arvorara em paradigma de sustentabilidade, com metade da energia que consome sendo renovável.Pois não é que, no interesse exclusivo da Petrobras, os "soi-disants" planejadores do setor elétrico propõem a aquisição de mais que 50 termoelétricas a óleo combustível, o mais poluente dos derivados de petróleo e grande emissor de gases de efeito estufa, apesar do imenso potencial hidroelétrico remanescente no país?E só porque, rejeitado universalmente, esse combustível constitui uma dificuldade de comercialização para a Petrobras, cujas ações preferenciais, em sua maioria, estão em mãos estrangeiras, mas que, não obstante, se revela gigantesca e perversa arma de atuação política.Pelo mesmo motivo, negligencia o governo a ampliação da produção do etanol, cuja tecnologia já está desenvolvida, priorizando a promessa incerta do pré-sal. E isso apesar do potencial de produção maior, de investimentos menores para a mesma produção de energia e da sustentabilidade desse biocombustível.A única explicação para essa escolha, esdrúxula para dizer o menos, é a concentração de poder político que a exploração de petróleo proporciona em um monopólio de fato na mão do Estado.
ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE , 78, físico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e membro do Conselho Editorial da Folha .


Pré-sal e desenvolvimento sustentável

José Goldemberg
Há 35 anos os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortaram radicalmente a sua produção e lançaram o mundo ocidental - inclusive o Brasil - na pior crise de energia do século 20. Não havia, na época, uma compreensão clara das consequências ambientais do aumento do consumo de combustíveis fósseis e das emissões resultantes, que são responsáveis pelo aquecimento da atmosfera. Consumir mais era um sinônimo de progresso econômico e riqueza.O Brasil, na ocasião, importava quase todo o petróleo que consumia e gastava, antes da crise, cerca de US$ 500 milhões por ano. Após a crise, a "conta petróleo" subiu para mais de US$ 4 bilhões, cerca da metade de todas as exportações do País. Demorou mais de 20 anos e um trabalho intenso da Petrobrás para descobrir e explorar petróleo na plataforma continental e nos levar à autossuficiência. Ainda assim, as reservas avaliadas até agora não devem durar mais de 15 anos.Com a redução da produção dos países da Opep, os países industrializados fizeram grandes esforços para reduzir o consumo e desenvolver fontes adicionais de petróleo e energia. A produção de petróleo a partir do xisto betuminoso no Canadá é um exemplo desses esforços, apesar de este ser um processo caro e complicado. A produção de etanol de cana-de-açúcar no Brasil é outro exemplo.Se o pré-sal tivesse sido descoberto em 1975, com suas enormes reservas estimadas, a história da energia no mundo talvez tivesse sido diferente. O País seria visto como uma salvação do mundo ocidental, que viria todo investir aqui e nos ajudaria a colocar petróleo do pré-sal nas refinarias.Quando a crise criada pela Opep passou e o petróleo passou de novo a ser abundante e relativamente barato, a febre do consumismo voltou com força total, os projetos de xisto no Canadá e muitos outros foram abandonados. Talvez a única exceção tenha sido o apoio constante que o governo brasileiro continuou a dar à produção de álcool da cana-de-açúcar, o que é, de fato, extraordinário e louvável.Hoje a situação é diferente, por duas razões:Em primeiro lugar, porque sabemos muito bem que é preciso reduzir as emissões de gases que resultam da queima do petróleo. Estão em curso negociações internacionais - que vão culminar com a conferência internacional em Copenhague, em dezembro - que poderão estabelecer limites severos ao uso de combustíveis fósseis. Eles foram os responsáveis pelo progresso da humanidade no passado, mas o futuro hoje não é visto como mais petróleo, mais gás e mais carvão, e sim energias renováveis.Em segundo lugar, porque as reservas internacionais de petróleo e gás estão em processo de exaustão e sua vida remanescente estimada não é maior do que 40 ou 50 anos.Por essas razões, uma euforia exagerada em relação à descoberta de mais petróleo tem de ser evitada, a fim de não levar o País a abandonar recursos e tecnologias que sejam sustentáveis a longo prazo e que não se vão exaurir como o petróleo ou gás.Vários países do Oriente Médio, os maiores produtores mundiais de petróleo - e que possuem as maiores reservas provadas -, já se deram conta disso e estão diversificando suas fontes de receita, como é o caso de Abu Dabi, Dubai e outros, que são não apenas locais para turismo, mas também grandes centros comerciais e de desenvolvimento tecnológico. Dependência do petróleo simplesmente não é o caminho de um desenvolvimento sustentável.Há outros aspectos em que a situação atual é muito diferente da de três décadas atrás. Não existe falta de petróleo e os grandes produtores do Oriente Médio têm capacidade ociosa, já que com a crise mundial o consumo caiu. Essa é uma das razões por que o preço do barril se estabilizou em torno de US$ 60, muito abaixo dos US$ 140 do ano passado, antes da crise. Outra razão é a especulação pura e simples. O que pode ocorrer é, simplesmente, não haver compradores para petróleo do pré-sal no futuro.O que fazer, portanto, com o pré-sal, riqueza encontrada pela Petrobrás no fundo do oceano, a centenas de quilômetros da costa e a mais de 7 mil metros de profundidade?Sob um certo ponto de vista, essa riqueza ainda não é real: é como se fosse um diamante bruto que precisa ser lapidado. Ou talvez, mal comparando, como o minério de urânio - do qual o Brasil tem reservas razoáveis -, que só ganha valor se for "enriquecido", um processo caro e complicado. Altas autoridades do País frequentemente confundem as duas.Investir agora enormes recursos do governo na exploração do pré-sal - que certamente vão fazer falta em outras áreas, como educação e saúde -, contando com grandes ganhos no futuro, é pelo menos temerário. Não é possível prever qual será a taxa de sucesso na abertura dos poços para a retirada do petróleo, já que não existe experiência prévia nessa área. Tampouco se pode prever se não surgirão problemas ambientais novos, o que pode atrasar a exploração. Sob esse prisma, uma grande batalha para dividir os royalties que o pré-sal vai gerar é, no mínimo, prematura.O que parece razoável é investir cautelosamente na exploração e dividir o risco e os custos com outras empresas de petróleo, sobretudo nas pesquisas científica e tecnológica indispensáveis para aumentar as "chances" de sucesso dos empreendimentos. Se fracassos ocorrerem, os custos serão divididos. Se houver sucesso, serão divididos os lucros, mas não há como ganhar sempre.Vender ilusões e miragens pode ser uma boa tática eleitoral, mas neste caso elas poderão custar muito. Enquanto isso, investir mais nas tecnologias do futuro (energia solar, dos ventos, biomassa e carros elétricos) parece um caminho mais seguro. José Goldemberg é professor da Universidade de São Paulo

Postados por Paulo R. M. Lima