quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Coleta e descarte da Sucata Eletrônica

Entre os problemas ambientais enfrentados pelo Brasil na atualidade, o lixo certamente merece destaque. Segundo o IBGE, os brasileiros produzem diariamente cerca de 228 mil toneladas de lixo, das quais a maior parte não vai passar por um processo adequado de recolhimento e destinação. Para fazer uma idéia, basta saber que somente 2% desse total são submetidos à coleta seletiva que possibilita a reciclagem e, eventualmente, o descarte correto.Dada as necessidades de processamento adequado, que não resulte em poluição, já existem classificações do lixo de acordo com a sua origem (domiciliar, industrial, hospitalar, etc.) e sua composição (orgânico e inorgânico). Abordagens mais recentes do problema têm apontado outra categoria especial de lixo, devido a sua especificidade: o lixo eletrônico ou e-lixo. Trata-se essencialmente da sucata que resulta de aparelhos eletrônicos como microcomputadores, televisões, CDs, DVDs, telefones celulares, pilhas e baterias, materiais com alta concentração de metais pesados. São máquinas que, com seu custo barateado pela Terceira Revolução Industrial, tornam-se cada vez mais descartáveis, provocando danos ao meio ambiente e à saúde de animais e seres humanos. Segundo o Greenpeace, são produzidos anualmente no mundo mais de 50 milhões de toneladas desse tipo de lixo, que já correspondem a 5% do total de detritos produzido pela humanidade.
Celulares e computadores
No Brasil, por exemplo, há atualmente em uso mais de 130,5 milhões de telefones celulares. Estima-se que os aparelhos sejam usados, em média, durante dois anos, para em seguida serem trocados por outros e sucateados. Da mesma maneira, os computadores em residências, empresas e instituições já são 50 milhões, cifra que provavelmente vai dobrar em quatro anos. Os PCs têm uma vida útil média de cinco anos. Posteriormente se transformam em lixo.Uma vez inutilizados ou quase, computadores, televisores, rádios, CDs, DVDs, lâmpadas fluorescentes, celulares, pilhas, baterias e outros produtos que compõem o lixo eletrônico vão parar nos lixões ou aterros sanitários comuns, onde não recebem tratamento apropriado.Desse modo, liberam substâncias como arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio, que se infiltram no solo, atingem mananciais e acabam entrando na cadeia alimentar. Tornam-se, assim, responsáveis por vários tipos de câncer e outros graves problemas de saúde.
Pilhas e baterias
Ainda não existe no Brasil uma legislação específica que regulamente de modo eficaz o descarte dos produtos eletrônicos. Uma exceção é o caso das pilhas e baterias, sobre os quais existe a Resolução no 257 do Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente que estabelece regras sobre o uso de substâncias tóxicas na fabricação desses materiais.No entanto, do 1,2 bilhão de pilhas consumidas anualmente no país, cerca de 40% são provenientes de falsificação e pirataria, às quais as regras não se aplicam. Além disso, apesar de a Resolução no 257 também obrigar os fabricantes desses produtos a se responsabilizarem por sua coleta e destino, seja reciclagem ou destruição, não existe fiscalização suficiente, nem grande quantidade de locais de coleta adequada, nem ampla divulgação de sua existência.É preciso lembrar, também, que os próprios consumidores não estão suficientemente esclarecidos sobre o problema, a ponto de tomarem as providências necessárias para lidar corretamente com ele.
Mutirões e ações individuais
No final de outubro de 2008, a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo promoveu um Mutirão do Lixo Eletrônico, realizando a coleta de celulares, pilhas e baterias em todo o Estado e divulgando o problema, de modo a conscientizar a população paulista. O esforço de divulgação e esclarecimento é muito importante, uma vez que o combate à destinação incorreta do e-lixo depende também da ação individual de todo consumidor.Nesse sentido, a Secretaria apresenta algumas dicas e sugestões de procedimento que merecem ser conhecidas:
Antes de descartar um celular, computador ou algum outro equipamento eletrônico, considere a possibilidade de doá-lo a alguém que precise ou a alguma instituição que possa reaproveitá-lo;
- No momento da aquisição, prefira máquinas com várias funções, pois um aparelho pode substituir dois ou três;
- Não compre produtos de origem duvidosa, sem garantia e responsabilidade sócio-ambiental; procure saber se o fabricante do eletrônico possui certificação da série ISO 14.000;
- Não misture pilhas novas com pilhas velhas;
- Não guarde as pilhas usadas dentro de casa, leve-as para um posto de coleta;
- Quando não souber o que fazer do seu "e-lixo", ligue na assistência técnica autorizada do fabricante e peça para indicarem o destino adequado.Naturalmente, tratam-se de pequenos passos. A solução do problema exige muito mais, como a criação de leis, de parcerias entre governos e comércio varejista, de contratos com as empresas de coleta de lixo que incluam a necessidade de separar e descartar adequadamente o lixo eletrônico.
Fonte: UOL
Postado: Anaires da Silva Santos
Grupo 4

Um comentário:

  1. De fato a produção em torno da indústria eletrônica é bastante preocupante pois, o que se usa hoje em pouco tempo pode ser considerado superado, ou desnecessário, daí a necessidade de conscientização dos problemas em torno dessa atividade. Valeu a postagem.

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